Não adianta apenas investir nas soluções de combate a incêndio, também é necessário manter um inspeção e manutenção periódica deles. Criar um cronograma de verificação ajuda a prolongar a vida útil desses equipamento e evitar que ocorram falhas no momento de um incêndio. É necessário ter em mente que o valor da prevenção é sempre menor do que as consequências de um acidente e você ainda preserva as vidas presentes no local.
Além da conscientização, saiba que no Brasil, a manutenção de equipamentos contra incêndio é obrigatória e está presente na lei complementar nº 420, do Código de Proteção Contra Incêndio. Essa lei prevê que os equipamentos de combate ao incêndio devem receber manutenção preventiva, sendo mantidos rigorosamente em ótimo estado de conservação e de funcionamento.
Então a primeira dica que damos aos nossos clientes é que eles criem um cronograma de vistoria dos equipamento, verificando a data de validade dos equipamentos, se existe algum ponto danificado e caso seja necessário, providência a substituição o quanto antes.
Como os equipamentos não são usados com frequência, é comum que eles fiquem deixados sem manutenção, o que pode acarretar problemas aos responsáveis. É necessário também que os ocupantes do imóvel, seja para uso privado ou comercial, saibam operar os equipamentos em caso de emergência. Neste texto, vamos passar informações importantes de como fazer a manutenção das principais soluções no combate a incêndio.
LEMBRE-SE! A condição de perfeito uso presente na Lei não tem relação com a garantia dada pelos fabricantes.
Periodicidade e equipamentos a serem verificados
As vistorias da manutenção de equipamento contra incêndio devem ser realizadas mensalmente e sempre por um profissional especializado e autorizado para este serviço. Além da manutenção, existem alguns equipamentos que precisam ser substituídos regularmente, entre eles estão: extintores de incêndio, alarmes, iluminação de emergência, hidrantes, sprinklers (chuveiros automáticos), cortinas d’água, entre outros…
Ao contratar uma equipe técnica qualificada e com experiência, ela ficará responsável por verificar as condições de uso de todos esses sistemas e irá entregar um relatório de uso de tudo o que foi inspecionado.
Regras de manutenção e inspeção dos extintores
Em 2016, as regras de inspeção e manutenção de extintores de incêndio, presentes na NBR 12962 passou por algumas alterações. A partir de então, os extintores passaram por novas regras que definem sua qualidade. A norma estabelece também, os requisitos mínimos para conferência periódica e os serviços de inspeção e manutenção de extintores de incêndio portáteis e sobre rodas.
E por que dessas alterações? Para um aumento na segurança dos usuário e no desempenho adequado do produto no momento de sua utilização.
Não vamos explicar toda a norma, afinal tornaria um texto muito extenso, mas vamos apresentar quais são as responsabilidades do proprietário quanto a realização de vistorias. Como já citamos, a verificação pode ser feita mensalmente, mas caso as condições sejam extremas, orientamos uma verificação em intervalos mais curtos.
A conferência deve verificar:
Ja na inspeção dos extintores, é necessário verificar os seguintes itens:
Ficam impedidos de serem submetidos à manutenção os recipientes dos extintores de incêndio de baixa pressão, os cilindros dos extintores de incêndio de alta pressão e os cilindros para o gás expelente que não possuam as seguintes marcações à punção:
Além do extintor, que é o equipamento mais comum e conhecido no combate a incêndio, outros equipamentos também precisam de manutenção. A seguir vamos falar do hidrante e suas normas.
Regras de manutenção e inspeção dos hidrantes
Realizar a manutenção preventiva de hidrantes é um serviço que tem por objetivo previnir falhas e defeitos no equipamentos durante a sua utilização em situações de emergência. Com isso, é possível evitar problemas inesperados durante um incêndio e dessa forma evitar danos prediais e preservar vidas.
Como é feita a manutenção de hidrantes?
O primeiro item a ser verificado são os reservatórios e os níveis de água presentes neles. São avaliados também os demais equipamentos, como a tubulação e o estado dos adaptadores, válvulas, esguichos, caixas e suportes.
Já nas mangueiras é realizada a verificação dos estados de conservação e o levantamento da validade no teste hidrostático T. Já os manômetros passam por testes de funcionamento, com a revisão do estado de pressurização do sistema.
Quais são os testes realizados em hidrantes?
Ao verificar que um hidrante necessita de manutenção, a equipe contratada irá realizar uma série de testes para verificar o seu perfeito funcionamento.São eles:
Muito bem, concluímos aqui as informações sobre o hidrante e os itens e equipamentos que precisam de verificação. Vamos para o próximo? Nosso terceiro sistema será o sprinkler ou chuveiro automático.
Regras de manutenção e inspeção dos Sprinkler
Muitas dúvidas surgem quando o assunto é sprinkler. O objetivo do sprinkler é funcionar em qualquer tempo e momento, mas para que isto seja possível, sua funcionalidade deverá ser garantida por bons processo de instalação, conservação e manutenção. Então, antes de começar, vamos tirar algumas dúvidas básicas sobre eles.
O sprinkler é um sistema de combate a incêndio que não possui um prazo de validade determinado. É comum encontrar sprinklers instalados há décadas e que ainda estão em plenas condições de funcionamento. Na NBR 10897, norma brasileira que normatiza estes equipamentos, existe orientações para chuveiros automáticos que possam ter sido instalados há mais de 50 anos.
Quanto a conservação dos sprinklers, é importante lembrar que eles não devem ser limpos com com sabão e água, amônia ou qualquer outro fluido de limpeza. A poeira acumulada deve ser retirada com uma escova macia ou uma suave aspiração.
Quanto a inspeção, a NBR 10897 da ABNT apresenta os seguintes itens:
ATENÇÃO! Os sprinklers são destinados a uma única instalação, portanto eles não podem ser reaproveitados. Quando o bulbo se rompe, ele afeta o equilíbrio construtivo do chuveiro, comprometendo qualquer funcionamento posterior.
Agora vamos falar do último sistema, que na verdade não elimina focos de incêndio, mas direciona as pessoas presentes no local para as saídas de emergência, é a iluminação de emergência. Independe do formato ou tecnologia empregada, ela também precisa de manutenção e inspeção periódica.
Regras de manutenção e inspeção da Iluminação de Emergência
Tão importante quanto escolher o melhor sistema de iluminação de emergência é o cuidado com este equipamento. Sua verificação precisa ser periódica, sendo anual, semestral, mensal e semanal. É importante criar um cronograma que atenda a iluminação, bem como os demais equipamentos de incêndio.
Na manutenção é feita uma descarga das baterias e testes para a verificação do seu funcionamento e se existem lâmpadas queimadas. Caso ocorra das baterias estarem com tempo de carga inferior à uma hora, é importante que seja feita a substituição ou conserto do equipamento.
No caso do sistema centralizado, o qual é bastante utilizado nos condomínios, a central fica ligada a um banco de baterias, normalmente automotivas. Para realizar a manutenção, é necessário desligar a alimentação de energia e as luzes de emergência devem ficar ligadas por pelo menos uma hora. Neste tipo de sistema, se uma das baterias apresentar problema e isto não for identificado, poderá comprometer todo o banco, levando prejuízo para o condomínio.
Manutenção manual
O sistema autônomo possui bateria em gel, selada e integrada ao equipamento. A manutenção é feita manualmente mesmo. As lâmpadas da rede elétrica são desligadas, como numa queda de energia e as luzes de emergência acionadas.
Quando pensar em qual dos dois sistemas utilizar, vale lembrar que a legislação de incêndio obriga a instalação de um sistema independente da instalação elétrica do condomínio.
Em um local visível aonde o aparelho está instalado, deve haver um resumo dos principais itens de manutenção e que podem ser executados pelo próprio usuário. Consiste em um primeiro nível de manutenção a verificação das lâmpadas, fusíveis ou disjuntores, nível de eletrólito, data de fabricação e início de garantia das baterias.
Caso sejam constatados defeitos no sistema, eles devem ser anotados no caderno de controle de segurança da edificação e reparados o mais rapidamente possível, dentro de um período de 24h de sua anotação.
Mensalmente devem ser verificadas:
A cada seis meses deve ser ser verificado o estado de carga dos acumuladores, colocando em funcionamento o sistema pelo menos por 1h ou pela metade do tempo garantido, a plena carga, com todas as lâmpadas acesas. Recomenda-se que este teste seja efetuado na véspera de um dia no qual a edificação esteja com a mínima ocupação, tendo em vista a recarga completa da fonte (24h).
Semestralmente deve ser verificado:
Anualmente deve ser verificada a capacidade de armazenamento de energia elétrica para todos os tipos de baterias de acumuladores elétricos, com a descarga total até a tensão mínima permissível, medindo-se a tensão de desligamento e o tempo de funcionamento, com todas as lâmpadas ligadas.
Quinzenalmente deve ser verificado:
Semestralmente deve ser verificado o funcionamento do sistema pelo menos por uma hora, a plena carga, com todas as lâmpadas ligadas, avaliando as seguintes operações:
Por fim, independente do sistema e equipamentos presentes em seu condomínio, comércio ou indústria, tenha em mente que é necessário ter uma equipe técnica qualificada e experiente. Adquira os equipamento de fabricantes ou empresas devidamente cadastradas e registrada nos respectivos órgãos e sigam as normas da ABNT e legislação vigente.
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