Conheça os 3 incêndios mais trágicos do Brasil.

Este texto tem por objetivo conscientizar sobre os cuidados quanto a incêndio. Infelizmente, esta consciência só surge após tragédias como as que aqui relatamos. Queremos deixar claro que não é nossa intenção se beneficiar de tais acontecimentos.

Vamos com um pouco de história e curiosidade ao tratar dos três incêndios mais trágicos do Brasil. Eles retratam a falta de consciência quanto aos cuidados em preservar vidas e patrimônio, além de marcarem a história. Os fatos aqui relatados demonstram que tragédias podem ser evitadas com ações simples e os equipamentos corretos. Vamos a eles?

BOATE KISS

Não tínhamos como começar diferente, afinal o dia 27 de janeiro de 2013 estará marcado para sempre na história dos brasileiros. O incêndio na boate Kiss foi uma tragédia que matou 242 pessoas e feriu 680 outras numa boate da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A tragédia foi provocada pela imprudência e pelas más condições de segurança no local.

O acidente foi considerado a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio. A primeira, que estará neste texto é a do Gran Circus Norte-Americano, ocorrida em 1961. Classificou-se também como a quinta maior tragédia da história do Brasil, a maior do Rio Grande do Sul, a de maior número de mortos nos últimos cinquenta anos no país e o terceiro maior desastre em casas noturnas no mundo.

Ele está em primeiro na nossa lista, pois depois dele foi criado a lei do PPCI (Plano de Prevenção no Combate a Incêndio) e gerou diversas discussões sobre o assunto. Como consequência desta tragédia, no Rio Grande do Sul foi criada a lei complementar 155/2013, onde foram criadas novas regras e a regulamentações contra incêndio.

GRAN CIRCO NORTE-AMERICANO

O Gran Circo Norte-Americano estreou em Niterói em 15 de dezembro de 1961. Os anúncios diziam que era o maior e mais completo circo da América Latina – tinha cerca de 60 artistas, 20 empregados, e 150 animais. O dono do circo, Danilo Stevanovich, havia comprado uma lona nova, que pesava seis toneladas, e seria de náilon - detalhe que fazia parte da propaganda do circo. O Norte-Americano chegou a Niterói uma semana antes da estreia e instalou-se na Praça Expedicionário, na avenida Feliciano Sodré, centro da cidade.

A tragédia do Gran Circo Norte-Americano foi um crime ocorrido em 17 de dezembro de 1961, em que morreram 503 pessoas, e mais de 800 sofreram ferimentos. Diferente da Boate KISS, este incêndio teve origem criminosa, ou seja, foi causado propositalmente por ex-trabalhadores do Circo. A motivação: vingança.

Curiosidade 01 - Ironicamente, a fuga da elefante Sema da sua jaula, foi o que acabou por salvar uma grande quantidade de pessoas. O animal com sua força, arrebentou com parte da lona, abrindo caminho para que o público pudesse escapar das chamas.

Curiosidade 02 - Por coincidência, naquele dia, a classe médica do estado do Rio de Janeiro estava em greve. O Hospital Antônio Pedro, o maior de Niterói, estava fechado e a população arrombou a porta e os médicos em greve foram convocados por meio da rádio local, pelos soldados do exército, que compareceram ao hospital de imediato.

MUSEU NACIONAL DO RIO DE JANEIRO

Cada uma das tragédias tem a sua particularidade, neste caso é um incêndio aonde não houveram vítimas fatais, mas que deteriorou um acervo de 200 anos e que remontava a história do Brasil.

Instalado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, o Museu Nacional, um dos principais do país, foi devastado pelas chamas em 2 de setembro de 2018. O incêndio começou após o horário de visitação do local e portanto ninguém se feriu. Estima-se, porém, que 90% do acervo de mais de 20 milhões de itens tenha sido destruído.

Não apenas o acervo, também o edifício histórico que abrigava o Museu, a antiga residência oficial dos Imperadores do Brasil, foi extremamente danificado com rachaduras, desabamento de sua cobertura, além da queda de lajes internas.

O laudo final da Polícia Federal (PF) indicou que o incêndio foi causado por um sobreaquecimento causado por um curto circuito de um ar-condicionado, decorrentes de instalação elétrica inadequada. Peritos fizeram um escaneamento em três dimensões do prédio com um scanner a laser instalado na parte dianteira do Palácio São Cristóvão. Imagens feitas por drones e máquinas digitais também foram usadas para criar uma espécie de maquete tridimensional do prédio.

Eventuais imagens gravadas por câmeras de segurança no prédio também foram buscadas para fornecer indícios sobre as causas do fogo. Por fim, a perícia analisou as condições das instalações elétricas do museu e seu estado de conservação.

E para você?

Uma consciência em prevenção de incêndio teria evitado essas tragédias?